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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CACHAÇA, A MAIS BRASILEIRA DAS BEBIDAS!

Cachaças de chapéu, no Bar do Arnaudo.
Zé Carioca explica! 
 
Aceitar a cachaça é aceitar a nossa brasilidade e as pessoas responsáveis pela sua formação. A história da cachaça vem de muito tempo, da época dos escravos. Diz à lenda que os escravos, ao trabalharem nas moendas para produção de açúcar, sentiam o salpicar de gotas de um líquido que ardia em suas costas. Eram as gotículas do destilado, advindas da evaporação do melaço, que chegava até o teto e caia. Sentiam, ainda, que, ao pingar em seus lábios, a dor e o cansaço diminuíam e, acabavam por trabalhar mais alegres. Logo, seus senhores descobriram que esse líquido era milagroso e, assim, começa a história da cachaça que, por muito tempo, foi considerada bebida dos pobres, da ralé. Com o passar do tempo, passou a ser valorizada e hoje tem seu lugar garantido no mercado, sendo uma bebida muito apreciada por pessoas de todos os níveis sociais e conhecida internacionalmente.

O processo de fabricação da cachaça é muito interessante, começa com a colheita da cana de açúcar, que deve estar fresca e livre de doenças. Depois de limpa, ela é moída, o caldo  decantado e levado a tonéis, onde passa pelo processo de fermentação, que dura em  média de 12 a 24 horas, fermento este que também é produzido de  forma artesanal, à base de arroz, milho e caldo de cana.                                                                                                              Após o processo de fermentação, o “vinho” é levado para os alambiques, para ser destilado, neste processo acontece a separação do destilado conhecido como cabeça, coração e calda.                                                                                                                                                            O destilado “cabeça” corresponde aos primeiros vapores. Nesta fração o teor de álcool é alto devido à volatilidade do álcool presente no vinho. Na fração cabeça existem muitos componentes secundários que são prejudiciais e indesejáveis, devendo ser desprezada. Cabe ao produtor conhecer a composição do seu destilado para não comprometer a qualidade do produto e, ao mesmo tempo, evitar desperdício.                                                      O destilado coração é a parte que corresponde à cachaça e deve ter uma graduação entre 38% e 48% de grau alcoólico, acrescida de 1 a 2% para compensar as perdas que acontecem no processo de armazenamento ou envelhecimento que é feito em barris de madeira. O destilado calda é a parte final, que pode ser aproveitada na fabricação do álcool. Após ser destilada, a cachaça tem um sabor ardente e seco, é preciso que passe por um repouso de pelo menos dois meses, ou mais.  O produtor pode escolher entre armazenar ou envelhecer a cachaça. No armazenamento a cachaça fica em tonéis de madeira escolhidos de acordo com sabor final desejado pelo produtor, podendo ser fabricados com diferentes tipos de madeiras como, carvalho, jequitibá,  amburana, ipê, entre outras. Essas madeiras agregam cor e sabor à cachaça. No envelhecimento a cachaça também passa pelo mesmo processo do armazenamento, porém recebe um lacre de um fiscal do serviço de inspeção de produtos agropecuários,  da superintendência federal e agricultura. E o selo só poderá ser retirado após passar o período de envelhecimento que pode variar entre dois e três ou mais anos e retirado para ser engarrafada, também na presença de um fiscal. Em principio não havia uma regulamentação que classificasse  a cachaça e a aguardente sendo ambas consideradas uma mesma bebida, depois de muito esforço finalmente com a publicação do decreto 4.851, de 2/10/2003, e a revogação do decreto 4.072/2002, ficou assim definida a cachaça: “CACHAÇA É A DENOMINAÇÃO TÍPICA E EXCLUSIVA DA AGUARDENTE DE CANA PRODUZIDA NO BRASIL, COM GRADUAÇÃO ALCOOLICA DE TRINTA E OITO A QUARENTA E OITO POR CENTO EM VOLUME, A VINTE GRAUS CELCIUS, OBTIDA PELA DESTILAÇÃO DO MOSTO FERMENTADO DE CANA-DE-AÇUCAR COM CARACTERISTICAS SENSORIAIS PECULIARES, PODENDO SER ADICIONADA EM ATÉ SEIS GRAMAS DE AÇÚCARES, POR LITRO, EXPRESSO EM SACAROSE.                                                                                                                                     Hoje existe até uma faculdade para ensinar a fazer uma boa cachaça dentro dos padrões de qualidade. Fica na cidade de Salinas conhecida como a capital mundial, onde se produzem as melhores cachaças do país como a Havana, Salinas, Saliboa, Boazinha, Lua Nova, Lua Cheia, Meia Lua e outras tantas. Quando pedir uma cachaça observe no rótulo, ali deve conter a graduação alcoólica, madeira onde a mesma foi envelhecida ou armazenada, tempo de envelhecimento, local onde foi produzida...

Colaboração: Magna de Fátima N. Tolentino Silva - Tecnóloga (Na produção de cachaça).
Atenção: BEBA COM MODERAÇÃO e SE BEBER, NÃO DIRIJA!

Nota do Editor: Esta matéria foi escrita em homenagem ao bairro de Santa Tereza que se configura num excelente lugar para apreciar boas cachaças mineiras e nordestinas.


Um comentário:

  1. Descobri o que fazer apos minha aposentadoria serei tecnologa de cachaça, adorei a materia, faltou a Providencia, afinal essa é bebida para todas as ocasiões!!!!!!! Bjs estamos nos aperfeiçoando.

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